quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Números?!? - Depende do Seu Ponto de Vista


Essa semana fui convidado pelo Grupo "POR UMA CAÇAPAVA MELHOR", para fazer uma breve apresentação sobre nosso Sistema Público de Assistencia e Saúde, e obviamente para uma análise rápida dos números do municipio de Caçapava; dados estes que tive o cuidado de buscar nas audiencias públicas disponíveis no site da Câmara Municipal de Caçapava (www.camaracacapava.sp.gov.br).
A fim de não deixar dúvidas levei para apresentação o tema: Saúde Pública & Assistência Farmacêutica: Verdades - Metas - Desafios.
Foi excelente poder falar para um grupo tão seleto de pessoas e profissionais das mais diversas área sobre o tema que muito nos preocupa, mas que vem sendo tratado com certa falta de cuidado e até despreparo muitas vezes.
Um dos pontos focados na apresentação foi o total descaso com as informações passadas nas audiencias públicas, que denotam e apresentam apenas números, não mais que números de uma assistencia apenas eficiente (em marcação de consultas e ligações telefonicas) mais ineficaz e que nunca se preocupou em customizar recursos.
O pensamento é simples joga-se a culpa na própria população pela ineficiencia do sistema, onde são agendadas grande número de consultas, e tem-se quase 20% de ausencias.
Mostra-se um investimento muito acima do obrigado por lei (algo em torno de 15% do orçamento), mas na realidade omitem que esse valor não se refere a investimento e sim apenas custeio de saúde (pagamento de dívida, rescisões, etc), simplesmente porque toda a receita destinada para a Saúde (15% por lei) é utilizada apenas com recursos humanos, ou seja 100% das receitas obrigadas por lei vão para recusos humanos: qualquer empresa séria jamais trabalharia com mais de 70% de gastos fixos em Recursos Humanos, pois iria a falência.
Outra situação quase que bucólica da apresentação, são as informações sobre a FUSAM, onde esta aparece inclusa no orçamento de saúde e que simplesmente é omitido dados como: Folha de pagamento, Divida e Receitas, Taxa de Ocupação Hospitalar (hospita com menos de 75% de taxa de ocupação FECHA, principalmente se de média e baixa complexidade).
Perguntou eu do que adianta um audiência pública que omite os dados financeiros de uma instituição publica que a todo dia vem sendo atinginda por denuncias de erros em procedimentos?
Outra situação para reflexão é, como se distribui cerca de 35.000 fitas para teste de glicemia (cerca de 780 caixinhas em pacientes menos ainda) e são distribuidas apenas 1300 lancetas (não me lembro do numero exato)fica a pergunta: Como os pacientes irão fazer seus testes, visto que não se tem teste de glicemia (uso das fitas) sem sangue (as lancetas são para isso), lembrando ainda que as lancetas são DESCARTÁVEIS, ou seja utilização unica.
Outra pergunta interessante é: Estes pacientes que retiram as lancetas e as tiras, depois de utilizados descartam onde? No lixo comum?
Valem as reflexões . . . que venha 2012